Mark, 27 anos, Fisioterapêuta, estudante de medicina, aspirante a fotógrafo e mochileiro desde que nasci. Preguiçoso mas dedicado, inteligente e burro. De bem com a vida exceto de manhã cedo. Viajante, apreciador do Mundo e seus habitantes, em todos seus aspectos. Luto pelo que quero enquanto quero ou enquanto tenho forças. SEMPRE vejo um lado bom nas coisas. Sentido desse blog: dividir experiências que tenho o privilégio de ter. Sentido da minha vida: Vivê-la de todas as maneiras possíveis, tentando sempre criar um mundo melhor (clichê, mas é verdade). O sentido DA vida: Não sei, mas se descobrir eu prometo que vou postar aqui.

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domingo, março 16, 2008
Frustração / Frustration

Viajar nem sempre é a maravilha que todo mundo pensa. A África me surpreendeu com golpes vindo de lugares que eu não previ. A barra de conviver lado a lado com a pobreza, doença e falta de conforto foi pesada... tive meus momentos de fraqueza, mas no fim, tirei de letra. Mas aí vieram coisas que eu não esperava. A partida da equipe antes da hora, me pegou desprevenido, mas tudo bem. Aí veio o ciclone na praia do Tofo, matando duas pessoas na praia quase na frente do meu bangalô. Decidi adiantar a vinda para a África do Sul, esperando um pouco mais de tranquilidade. Sem conhecer ninguém aqui, bateu a solidão. Lá vem saudade de casa, e das pessoas que deixei no Brasil. Pra completar essa perfeita semana, clonaram meu cartão de débito, roubando praticamente todo o dinheiro que eu tinha para completar a viagem. Pela primeira vez em todas as minhas viagens, eu sinto vontade de cortar a viagem pelo meio e ir pra casa...

"Mesmo quando tudo pede um pouco mais de alma... a vida não para."

Último nascer-do-sol em Chicuque
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Last sunrise in Chicuque

Travelling is not always as great as everyone thinks. Africa surprised me with punches coming from places I did not expect. The hardships of living alongside with poverty, disease and injustice and the lack of confort were heavy... I had my moments of weakness, but overall had very little trouble. But then came problems that I did not predict. The team's decision to leave early caught me off guard, but it was OK. Then came the cyclone at Tofo beach, killing two people right next to my bungalow. I then decided to come earlier to South Africa, hoping for an easier time. Without knowing anyone here, came solitude. Missing home and people I left behind in Brasil. And to top off this perfect week, my debit card was cloned, and almost all my travel money was stolen. For the first time in all my travels, I fell like cutting the trip short and just going home...

"Even when everything demands a little more soul... life doesn't stop."

4:06 PM | 3 comments



sábado, março 08, 2008
Esperança / Hope

Após alguns dias de trabalho quase desesperador no Hospital, onde o esforço é raramente recompensado com resultados, resolvi acompanhar a parte não médica da nossa equipe numa visita à algumas escolas da região. Descobri aí onde está a Esperança nesse lugar... nas crianças. Mesmo tendo que caminhar léguas para se chegar a escola, onde as salas não têm carteiras e o chão de terra batida ou ao ar livre, todos os pequenos daqui parecem ir à escola. Atrapalhei uma escola inteira ao tentar tirar uma foto, onde de repente fui cercado por praticamente todas as crianças da escola, super empolgadas com o prospecto de ver uma máquina fotográfica. Sorrisos pra todo lado.

E hoje pela manhã, voltei ao hospital, para me despedir do lugar (amanhã voltamos pra Maputo). A Esperança veio de novo me visitar, ao ver passar, caminhando, a moça cujo intestino havia sido perfurado alguns dias atrás. Como por milagre, ela estava bem...

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After a few days of nearly desperating work at the Hospital, where our effort is seldomly rewarded with long-lasting results, I decided to accompany the non-medical part of our team on a visit to a few schools around the province. There, I discovered where Hope is in this place... in the children. Even having to walk for leagues under the scorching sun to get to a school where there are no benches or even walls sometimes, all the little ones around here seem to be in school. We disburted the lessons in one of the schools when I pulled out my camera. Suddenly I was surrounded by thousands of smiles, happy with even the prospect of being in a picture. Smiles everywhere.


And this morning, I returned to the Hospital to say goodbyes (tomorrow we head back to Maputo). Hope came to visit me once again, as I watched the young lady who had suffered an accidental bowel perforation in the Operating Room walk around. Like a miracle, she seemed to be OK.

6:06 AM | 4 comments



quinta-feira, março 06, 2008
Rotina / Routine

Já se completa uma semana da nossa presença na pequena vila de Chicuque.Aos poucos, vou percebendo à minha adaptação à rotina daqui. O hospital, abarrotado de gente nas primeiras horas do dia, se esvazia quase que magicamente antes do meio-dia, quando o calor está quase insuportável.Passo as tardes vagando pelas ruas e lendo ou escrevendo, tentando manter a cabeça ocupada. Ao lado do hospital, um terreno baldio se tornou acampamento improvisado para a família dos pacientes, que vêm de longe para ver seus filhos, maridos ou irmãos (vale lembrar que o Hospital Rural de Chicuque é um dos únicos 3 hospitais da província de Inhambane, que é mais ou menos do tamanho do estado de Santa Catarina, por exemplo). No final da tarde, caminho pela praia assistindo os barcos até a praia chamada aqui de "Rio de Janeiro", onde subo o barranco até a biblioteca pública, onde ocasionalmente consigo acesso à internet. Jantamos quase sempre o que sobrou do almoço. Tomo um banho de balde e antes de dormir, fico sempre a pensar sobre os pacientes que vi no dia, como a moça que teve o intestino acidentalmente perfurado pelo cirurgião daqui, durante uma histeréctomia de rotina. Ou a mãe da criança de 3 anos que após ter meningite, ficou com paralisia cerebral. Só da minha boca veio a notícia de que a condição da criança seria provavelmente permanente. O fato de todos aqui me chamarem de 'Doutor' realmente não traz absolutamente nenhuma sensação de poder frente à essas situações. Nenhuma...

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A week has passed of our presence at the small town of Chicuque. Little by little, I perceive my adaptation to this place's routine. The hospital, completely crowded by patients in the first few hours of the day, almost magically empties before noon, when the heat is nearly unbearable. Beside the hospital, an abandoned field became an inprovised campsite for the patients families, that travel great distances to be with their sons, husbands or siblings (the Chicuque Rural Hospital is one of the only three hospitals in the province of Inhambane, which is roughly about the size of the state of Georgia). In the end of the afternoon, I walk along the beach watching the sail fishing boats come in with the catch. I walk as far as the beach they call "Rio de Janeiro", where I climb up the cliff to the public library, where I can occasionally get internet access. We almost always have simple rice-and-meat meals, both for lunch and dinner. I'll take a cold shower and before I fall asleep I spend some time thinking about the patients which I saw during the day, like the young like who had her bowel accidentaly perfurated by the local surgean during a routine histerectomy. Or the mother of the 3-year-old child who had meningitis, and cerebral palsy as a consequence of it. The mother had to hear from me that her child's condition was most likely a permanent condition. The fact that everyone around here calls me 'Doctor' gives me no sensation of power before such situations. None whatsoever...

11:18 AM | 1 comments


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