Mark, 27 anos, Fisioterapêuta, estudante de medicina, aspirante a fotógrafo e mochileiro desde que nasci. Preguiçoso mas dedicado, inteligente e burro. De bem com a vida exceto de manhã cedo. Viajante, apreciador do Mundo e seus habitantes, em todos seus aspectos. Luto pelo que quero enquanto quero ou enquanto tenho forças. SEMPRE vejo um lado bom nas coisas. Sentido desse blog: dividir experiências que tenho o privilégio de ter. Sentido da minha vida: Vivê-la de todas as maneiras possíveis, tentando sempre criar um mundo melhor (clichê, mas é verdade). O sentido DA vida: Não sei, mas se descobrir eu prometo que vou postar aqui.

Links

- Flickr: onde tento pôr muitas fotos.
- Meu Myspace

Contato

E-mail: markgreathouse@gmail.com
MSN: markraposogreat@hotmail.com
AOL: mrkraposo






quinta-feira, março 06, 2008
Rotina / Routine

Já se completa uma semana da nossa presença na pequena vila de Chicuque.Aos poucos, vou percebendo à minha adaptação à rotina daqui. O hospital, abarrotado de gente nas primeiras horas do dia, se esvazia quase que magicamente antes do meio-dia, quando o calor está quase insuportável.Passo as tardes vagando pelas ruas e lendo ou escrevendo, tentando manter a cabeça ocupada. Ao lado do hospital, um terreno baldio se tornou acampamento improvisado para a família dos pacientes, que vêm de longe para ver seus filhos, maridos ou irmãos (vale lembrar que o Hospital Rural de Chicuque é um dos únicos 3 hospitais da província de Inhambane, que é mais ou menos do tamanho do estado de Santa Catarina, por exemplo). No final da tarde, caminho pela praia assistindo os barcos até a praia chamada aqui de "Rio de Janeiro", onde subo o barranco até a biblioteca pública, onde ocasionalmente consigo acesso à internet. Jantamos quase sempre o que sobrou do almoço. Tomo um banho de balde e antes de dormir, fico sempre a pensar sobre os pacientes que vi no dia, como a moça que teve o intestino acidentalmente perfurado pelo cirurgião daqui, durante uma histeréctomia de rotina. Ou a mãe da criança de 3 anos que após ter meningite, ficou com paralisia cerebral. Só da minha boca veio a notícia de que a condição da criança seria provavelmente permanente. O fato de todos aqui me chamarem de 'Doutor' realmente não traz absolutamente nenhuma sensação de poder frente à essas situações. Nenhuma...

Photobucket

A week has passed of our presence at the small town of Chicuque. Little by little, I perceive my adaptation to this place's routine. The hospital, completely crowded by patients in the first few hours of the day, almost magically empties before noon, when the heat is nearly unbearable. Beside the hospital, an abandoned field became an inprovised campsite for the patients families, that travel great distances to be with their sons, husbands or siblings (the Chicuque Rural Hospital is one of the only three hospitals in the province of Inhambane, which is roughly about the size of the state of Georgia). In the end of the afternoon, I walk along the beach watching the sail fishing boats come in with the catch. I walk as far as the beach they call "Rio de Janeiro", where I climb up the cliff to the public library, where I can occasionally get internet access. We almost always have simple rice-and-meat meals, both for lunch and dinner. I'll take a cold shower and before I fall asleep I spend some time thinking about the patients which I saw during the day, like the young like who had her bowel accidentaly perfurated by the local surgean during a routine histerectomy. Or the mother of the 3-year-old child who had meningitis, and cerebral palsy as a consequence of it. The mother had to hear from me that her child's condition was most likely a permanent condition. The fact that everyone around here calls me 'Doctor' gives me no sensation of power before such situations. None whatsoever...

11:18 AM | 1 comments


Blogger