Mark, 27 anos, Fisioterapêuta, estudante de medicina, aspirante a fotógrafo e mochileiro desde que nasci. Preguiçoso mas
dedicado, inteligente e burro. De bem com a vida exceto de manhã
cedo. Viajante, apreciador do Mundo e seus habitantes, em todos seus
aspectos. Luto pelo que quero enquanto quero ou enquanto tenho
forças. SEMPRE vejo um lado bom nas coisas. Sentido desse blog:
dividir experiências que tenho o privilégio de ter. Sentido da minha
vida: Vivê-la de todas as maneiras possíveis, tentando sempre criar
um mundo melhor (clichê, mas é verdade). O sentido DA vida: Não sei,
mas se descobrir eu prometo que vou postar aqui.
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domingo, outubro 10, 2010
Rio de Lava / River of Lava
Nem mesmo uma semana em um albergue na ilha de Maui poderia me preparar para o que ia acontecer na minha última noite no arquipélago do Hawaii. Um rápido vôo levou eu e meu companheiro de viagem Fabiano (Bigode) à chamada Big Island, a maior das ilhas do arquipélago. O vulcão Kilauea, em erupção desde 1983, nos aguardava.
Na ilha, a lava fica visível em dois lugares: na cratera do vulcão, e quando alcança o mar (após correr por tubos de lava pela lateral da montanha). Ao final da tarde então, empunhados de ridículas lanternas, fomos à praia e começamos a andar na direção da fumaça. Após cerca de meia hora de caminhada por cima da lava endurecida, nos deparamos com uma placa: "Perigo! Não ultrapasse esse ponto." Decididos a ver a lava, continuamos. Mais 40 minutos andando no escuro, e nos deparamos com um caminho sem saída. Desapontados, não vimos opção a não ser voltar. Ao alcançarmos o carro, somos abordados por um havaiano, que nos pergunta: "Vocês querem ir no rio de lava?". Pagamos o suposto "guia" 50 dólares, e voltamos para a mesma trilha, agora debaixo de chuva torrencial. Passamos pela mesma placa, e eventualmente chegamos no mesmo beco sem saída. Seguindo o "guia", passamos por debaixo de uma moita, e logo vimos o brilho da lava, à distância. Animados, seguimos a caminhada, sem saber o quão próximos podíamos chegar.
Em poucos minutos, estávamos no despenhadeiro, com o rio de lava correndo poucos metros abaixo. Mesmo com a chuva, instalamos as máquinas nos tripés, e improvisamos abrigos debaixo de ponchos de plástico. Entre a euforia dos clicks das máquinas, sinto meus pés esquentando. Ao olhar para o chão, percebo fumaça subindo por entre as rachaduras da lava endurecida onde estávamos. Quando mostro o chão para o nosso "guia" ele responde: "Vixi! Vambora, gente!". Agarramos as máquinas e tripés, e saímos correndo pela escuridão. Ao nos afastarmos uns 200 metros até um ponto seguro, olhamos para trás, só para ver o colapso de toda a lateral do despenhadeiro para dentro do rio de lava.
Cansados, encharcados e com o coração ainda acelarado, chegamos de volta ao carro, satisfeitos com o sucesso (ainda que por pouco) da nossa missão.
Not even one week at a crazy youth hostel in Maui could prepare me for my last night on the Hawaiian islands. A quick flight took my travelmate Fabiano (Bigode) and I to the Big Island. Mount Kilauea, in constant eruption since 1983 awaited us.
On the island, the lava is visible in two spots: in the crater, and when it reaches the ocean (after travelling down the mountain in lava tubes). So, at the end of the afternoon, armed with flimsy flashlights, we drove to the beach and started walking towards the smoke cloud. After about half an hour hiking on the hardened lava, we hit a sign: "Danger! Do not go beyond this point!". Determined to see the lava, we continued on. Another 40 minutes walking in the dark and we hit a dead end. Disappointed, we had no option but to turn back. As we reached the car, we are approached by a hawaiian man, who asks: "Do you guys want to go see the river of lava?". Realizing that this was our only chance, we payed the 50 dollars to the "guide" and were right back on the dark trail, now under torrential rain. We passed the same sign and eventually arrive at the same dead end. Following the "guide", we crawl under a bush and immediately see the glow of the red lava, in the distance. Excited, we continue walking, unsure of how close we would actually get.In few minutes, we were standing on the cliff, we the river of lava flowing a meters down. Even with the rain, we set up the cameras on tripods and improvise shelter under plastic ponchos. Amidst the euphoria of the camera clicks, I feel my feet getting warmer and warmer. Looking down, I notice the steam coming up through the cracks on the floor. When I point this out to our guide, he responds: "Uh-oh! That's not good! Let's get out of here, guys!". We grab the cameras and tripods and run away into the darkness. After running about 200 yards, we look back only to see the whole cliff (only feet from where we were standing) collapsing into the lava.Tired, drenched and with our hearts still racing, we arrive back at the car, satisfied with the success (although by a close call) of our mission.